O Que é Obesidade, Como Se Define?

Obesidade: uma epidemia global

A obesidade tem sido apontada como um dos maiores problemas de saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 400 milhões de pessoas no mundo estão obesas. No Brasil, dados recentes do IBGE mostram que nos últimos 10 anos, houve aumento de 60% de obesos. Essa mudança no peso da população, que teve início na década de 80, vem piorando progressivamente. Nos EUA, projeções recentes indicam que, se as tendências atuais continuarem, em 2030 aproximadamente 86% dos adultos norte-americanos apresentarão excesso de peso. O mais preocupante é que esta epidemia atinge também as crianças: no Brasil, em 30 anos, a prevalência de crianças obesas triplicou! Considerando que uma criança obesa tem grande chance de se tornar um adulto obeso, e sabendo que a obesidade é fator de risco para uma série de outras doenças, medidas para controle desta epidemia desde a infância tornam-se extremamente necessárias.

Como se define quem é obeso?

A obesidade é definida como o acúmulo de gordura localizado ou generalizado, que é provocado por um desequilíbrio entre a ingesta e o gasto de calorias. Para saber se um indivíduo é obeso utilizamos o IMC (índice de massa corpórea), onde é divido o peso (em Kg) pelo quadrado da altura (em m²). Se este índice estiver entre 18,5 e 24,9, o peso está normal. Igual ou acima de 25 é considerado sobrepeso e, a partir de 30, obesidade.

Outro método de avaliação bastante utilizado é a circunferência abdominal, que é medido através de uma fita métrica passada em volta do abdômen. É considerado aumentado um valor acima de 102 cm para homens e 88 cm para mulheres. Este método avalia a quantidade de gordura chamada visceral, ou seja, que está entre os órgãos internos localizados na região abdominal. É sabido que quanto maior a gordura nesta região, maior a chance de aparecimento de doenças como diabetes, colesterol alto , hipertensão e infarto.

Existem alguns exames disponíveis atualmente que avaliam a quantidade e a distribuição da gordura corporal com maior exatidão. O exame considerado como o melhor método para este tipo de avaliação é a densitometria do corpo inteiro (DEXA),onde, através de um raio X , são feitas medidas da quantidade de massa óssea , massa muscular e tecido gorduroso. Assim, é possível saber em qual região do corpo está acumulada a gordura (abdômen, quadril, pernas , braços) e, assim, estabelecer mais claramente a gravidade da situação e as metas do tratamento. O problema deste método está no custo e na necessidade de um equipamento de alta tecnologia para sua realização. Levando isto em consideração, há outros métodos menos precisos porem com menor custo e de mais fácil acesso. Os principais são a bioimpedância e a medida de pregas cutâneas.

A bioimpedância faz a medição através de um equipamento eletrônico portátil, que é ligado no corpo do paciente através de condutores. A medida de pregas cutâneas é realizada através das medidas das dobras corporais com um aparelho manual chamado adipômetro. Este último método é geralmente usado em academias de ginástica.

Porque a obesidade esta aumentando?

Nas últimas décadas, observou-se um aumento expressivo da obesidade no mundo. Como principais causas deste aumento temos a mudança de hábito alimentar e a falta de exercícios físicos.

Analisando a alimentação, nota-se que a população está cada vez mais consumindo alimentos ricos em gorduras e açúcares. As gorduras estão presentes em preparações que utilizam óleo para fritura (batata frita, hamburger, salgadinhos) e em alimentos industrializados (sorvetes, biscoitos, chocolates). Já os açucares estão na composição de doces e nos refrigerantes. Em contrapartida observa-se um menor consumo de verduras, frutas, grãos e legumes.

Contribui para esta situação a proliferação de redes “fast-foods” somada a necessidade atual das pessoas fazerem suas refeições fora de casa. Além disso, as porções de alguns alimentos estão se tornando cada vez maiores. É só observar o tamanho atual dos refrigerantes, pipocas, salgadinhos e lanches comparados ao tamanho destes mesmos alimentos décadas atrás.

Em relação aos exercícios físicos, a explicação para a grande quantidade de pessoas sedentárias está relacionada ás facilidades resultantes da vida moderna como: elevadores, controle remoto e carros. Com isso, para realizar atividade física, o indivíduo precisa ingressar em alguma atividade esportiva programada como caminhada, academia, natação ou corrida. Porém, isto raramente é feito por diversos motivos como falta de tempo, custo, insegurança e falta de espaço.

Além do estilo de vida, outros fatores contribuem para a obesidade como:

  • Privação de sono: já é comprovado que uma quantidade menor de horas dormidas por dia contribuem para o aumento do peso.
  • Genética: Alguns indivíduos são mais susceptíveis ao ambiente “obesogênico” atual. Esta é a provável justificativa do porque algumas pessoas comem muito e não engordam, e outras ganham peso com tanta facilidade.
  • Distúrbios hormonais: Hipotireoidismo, excesso de cortisol e deficiência de GH (hormônio do crescimento), são alterações hormonais que podem levar ao ganho de peso.
  • Transtornos psicológicos: O transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP) está presente em 10 % dos obesos. São indivíduos que apresentam episódios de consumo descontrolado de grandes quantidades de comida seguido de sentimento de culpa e angustia.